To be continued

"Hoje eu falei
Pra mim
Jurei, até
Que essa não seria pra você
E agora é"
(Monomania - Clarice Falcão)

Quem é que vai querer ler outro escrito meu sobre você? Saber a quantas anda a minha saudade ou minha vontade da tua essência. Ou ainda examinar minhas palavras e dentre elas encontrar todo o amor que eu guardo pra te dar. Quem é que vai digerir, mais uma vez, as minhas reclamações sobre como eu queria que não houvesse distância entre nós? Ler minhas martirizações antecipadas e presumir a catástrofe mental pela qual eu ando passando. Quem é que vai?

E, se não você, que outra pessoa causaria tudo isso? Apesar de você ter o mesmo esgoto particular que vejo em todo mundo, é como se eu não conseguisse sentir o cheiro podre. Tua alma cobre a podridão que há no seu interior — e que, deveras, eu prefiro acreditar que há —  e me envolve apaixonadamente. Não quero alcançar sua parte azeda; quero apenas acariciar sua pele lisa enquanto estiveres deitado em meu colo.

Quero esquecer (e é justo que você também esqueça) o quão drástico foi o nosso fim. Quero te reencontrar. A mesma praça, o mesmo banco. Quero que haja equilíbrio num futuro recomeço, e que você não solte minha mão. É importante não desistir quando sentimos que há algo a mais.

Continuar. É isso.

- Karla Reis.